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Paraense morre após contrair raiva humana no Amapá; é o 3ª caso no Brasil em 2025

Amapá confirma caso de raiva humana no município de Oiapoque O paraense Matheus Santa Rosa dos Santos, de 24 anos, de São Caetano de Odivelas, no nordeste do...

Paraense morre após contrair raiva humana no Amapá; é o 3ª caso no Brasil em 2025
Paraense morre após contrair raiva humana no Amapá; é o 3ª caso no Brasil em 2025 (Foto: Reprodução)

Amapá confirma caso de raiva humana no município de Oiapoque O paraense Matheus Santa Rosa dos Santos, de 24 anos, de São Caetano de Odivelas, no nordeste do estado, morreu após contrair raiva humana na região de Oiapoque, no Amapá. Ele estava internado há duas semanas na UTI do Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém, unidade de referência no tratamento de infecções. É o terceiro caso da doença no Brasil este ano, segundo o Ministério da Saúde. De acordo com a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa), Matheus foi atacado por um macaco enquanto pescava na região do Cabo Orange, área de manguezal no município de Oiapoque, extremo norte do estado. Dias depois do ataque, apresentou sintomas compatíveis com encefalite viral, quando foi transferido para Belém. Nesta quinta-feira (4), a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) confirmou a morte na capital paraense. No procedimento, segundo a Sespa, foi coletada amostra biológica que será enviada ao Laboratório Central (Lacen/PA) para análise complementar sobre possível presença e variantes do vírus da raiva. A Sespa esclareceu que o traslado do corpo não é responsabilidade do Estado e que a Coordenação de Zoonoses notificou o Estado do Amapá sobre as medidas de controle, que são de competência das autoridades de saúde do estado onde ocorreu a exposição ao vírus. Paraense morre após contrair raiva no Amapá. Reprodução / TV Liberal Diagnóstico Segundo o governo do Amapá, o paciente apresentou sintomas compatíveis com encefalite viral aguda e foi transferido para uma unidade hospitalar de referência no Pará. Exames laboratoriais realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, confirmaram a presença do vírus da raiva por meio da técnica RT-PCR. A Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS-AP) informou que as análises reforçam a hipótese de transmissão ligada a morcegos, principais hospedeiros da variante encontrada. A secretaria acrescentou que equipes de saúde, laboratórios e órgãos ambientais foram mobilizados para conter riscos de contaminação e investigar o foco de transmissão na região onde ocorreu o ataque. O caso foi oficialmente classificado como raiva humana, de acordo com os critérios nacionais de vigilância epidemiológica, de acordo com a Secretaria do Amapá. Após a morte, o corpo de Matheus foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), da Polícia Científica do Pará, no bairro do Mangueirão, em Belém. A Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) informou que realizou a necropsia e liberou o corpo, com coleta de amostras enviadas ao Lacen/PA para análises complementares. Segundo a Sespa, não há registros de casos ou mortes por raiva humana no Pará entre 2023 e 2025. A Coordenação de Zoonoses estadual confirmou que o Amapá foi oficialmente notificado para adoção de medidas de controle e bloqueio epidemiológico na área onde ocorreu a exposição ao vírus. Terceiro caso no Brasil Em nota, o Ministério da Saúde disse que este é o terceiro caso de raiva humana no Brasil em 2025, e o primeiro na região Amazônica. Outros dois casos foram registrados nos estados do Ceará e Pernambuco, também relacionados a animais infectados com variantes silvestres do vírus (AgV3 ou C.Jaccus). No CE, uma paciente contraiu a doença após ser mordida por um sagui; já no PE, uma mulher morreu após infecção também por um sagui. A pasta afirmou que mantém estoques estratégicos de soro e vacina antirrábica, apoia estados e municípios no atendimento pós-exposição e monitora continuamente as variantes de origem silvestre, predominantes atualmente no país. Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana, sendo 24 causados por morcegos e nove por cães, de acordo com o mesmo informe. O que é a raiva humana A raiva humana é uma doença viral quase 100% letal, causada por um vírus presente principalmente na saliva de mamíferos infectados, como morcegos, macacos, cães, gatos, raposas, bois e porcos. A transmissão ocorre por mordidas, arranhões ou contato direto com secreções infectadas. Os sintomas aparecem entre dois e dez dias após o período de incubação do vírus e incluem febre, dor de cabeça, agitação e espasmos musculares. O Ministério da Saúde alerta que qualquer pessoa agredida por mamíferos silvestres deve procurar imediatamente um serviço de saúde para iniciar o tratamento com soro e vacina antirrábica, disponíveis gratuitamente pelo SUS. Sigilo médico O Hospital Barros Barreto informou, em nota, que não divulga dados clínicos ou administrativos de pacientes, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O comunicado ressalta que todas as informações sobre o atendimento são repassadas apenas ao paciente ou aos familiares. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará